Dados do mercado de Opções do Comitê de Política Monetária (Copom), da B3, a Bolsa Brasileira, indicam que a maioria dos investidores não acredita que haverá, em junho, corte da Selic, a taxa básica de juros do Brasil. As informações são do jornalista Carlos Rydlewski, do portal Metrópoles.
Considerando o fechamento da terça-feira (14), 51% dos investidores projetaram que haverá manutenção da atual taxa da Selic na próxima reunião do Copom, prevista para os dias 18 e 19 de junho. Vale lembrar que, hoje, a Selic está fixada em 10,50% ao ano.
Existe, porém, um percentual que projeta corte. Quarenta e sete por cento dos investidores acreditam que a redução será de 0,25 ponto percentual, ou seja, o mesmo índice de redução registrado na última reunião do Copom, em 7 e 8 de maio.
O levantamento indica, ainda, que apenas 1,45% dos investidores apostam em uma redução da Selic em 0,50 ponto percentual.
Guilherme de Carvalho, sócio da Ávila Capital, referência nacional em investimentos, faz uma análise sobre o tema:
“A condução da Selic mudou bastante, e inclusive um pouco rápido comparando a projeção em dezembro de 2023 para hoje, maio de 2024. Claro, muitas variáveis mudaram, desde a meta fiscal à reforma tributária. A condução do juros versus inflação americana também, logo, não é de se estranhar este novo e atual momento da dinâmica do juros brasileiro. De forma simples, sabemos que o juros se movimenta conforme a ‘temperatura’ da inflação, a fim de ajustar e se adequar à meta do ano. Acreditamos que há alguns pontos, principalmente internos, a serem ajustados. Vivemos um período ‘nublado’, especialmente sobre a condução político-econômica. Assim, o não corte da Selic não espantaria. E por quê? Bom, sem ajuste das metas fiscais, clareza tributária e demais fatores, a queda constante da Selic em detrimento do controle da inflação fica mais desafiante e, consequentemente, espaçada”.